sábado, 9 de dezembro de 2017

Questões sobre a obra de Platão A Apologia de Sócrates

Questões Objetivas

(UFU 2004) O trecho abaixo faz uma referência ao procedimento investigativo adotado por Sócrates.
“O fato é que nunca ensinei pessoa alguma. Se alguém deseja ouvir-me quando falo ou me encontro no desempenho de minha missão, quer se trate de moço ou velho (...) me disponho a responder a todos por igual, assim os ricos como os pobres, ou se o preferirem, a formular-lhes perguntas, ouvindo eles o que lhes falo.”
PLATÃO. Apologia de Sócrates. Belém: EDUFPA, 2001. (33a – b)
Marque a alternativa que melhor representa o “método” socrático.
a) Sócrates nada ensina porque apenas transmite aquilo que ouve do seu daímon. Seu procedimento consiste em discursar, igualmente para qualquer ouvinte, com longos discursos demonstrativos retirados da tradição poética ou com perguntas que levam o interlocutor a fazer o mesmo. A ironia é o expediente utilizado contra os adversários, cujo objetivo é somente a disputa verbal.
b) A profissão de ignorância e a ironia de Sócrates fazem parte do seu procedimento geral de refutação por meio de perguntas e respostas breves (o élenkhos), e constituem um meio de reverter os argumentos do interlocutor para fazê-lo cair em contradição. A refutação socrática revela a presunção de saber do adversário, pela insuficiência de suas definições e pela aporia.
c) Sócrates nunca ensina pessoa alguma, porque a profissão de ignorância caracteriza o modo pelo qual encoraja seus discípulos a adquirirem sabedoria diretamente do deus do Oráculo de Delfos. A ironia socrática é uma dissimulação que, pela zombaria, revela as verdadeiras disposições do pequeno número dos que se encontram aptos para a Filosofia.
d) Sócrates nunca ensina pessoa alguma sem antes testar sua aptidão filosófica por meio de perguntas e respostas. Seu procedimento consiste em destruir as definições do adversário por meio da ironia. A ignorância socrática encoraja o adversário a revelar suas opiniões verdadeiras que, pela refutação, dão a medida da aptidão para a vida filosófica.


(UNIOESTE 2009) “A ignorância mais condenável não é essa de supor saber o que não se sabe? É talvez nesse ponto, senhores, que difiro do comum dos homens; se nalguma coisa me posso dizer mais sábio que alguém, é nisto de, não sabendo o bastante sobre o Hades, não pensar que o saiba”. (Platão)
Neste texto, Platão apresenta a concepção socrática de Filosofia. Sobre ela, seguem as seguintes afirmações:
I. A verdade torna o homem melhor, pois tem como resultado ultrapassar o homem comum.
II. Saber que nada se sabe é o primeiro passo para se atingir a verdade.
III. O método socrático (a maiêutica) é irônico, porque pressupõe saber que nada se sabe.
IV. O saber que nada se sabe permite ao indivíduo livrar-se dos preconceitos e abrir caminho até o conhecimento verdadeiro.
V. O constante questionamento deve ser a atividade fundamental do filósofo.
Das proposições feitas acima:
a) Apenas II e IV são corretas.    b) I, II e V são corretas.    c) II, III e IV são corretas.    d) Todas elas são corretas.
e) Todas elas são incorretas.


(UNCISAL 2011) Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os transeuntes e fazer perguntas aos que se achavam conhecedores de determinado assunto. Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o interlocutor em situação delicada, levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude, desobedecer às leis da cidade e desrespeitar certos valores religiosos. Considerando essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma pela qual seu pensamento foi transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia:
a) Transmitia conhecimentos de natureza científica.
b) Baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) Transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a população ateniense.
d) Ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo filósofo Platão.
e) Procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.


(UNIMONTES 2011) Lembremos a figura de Sócrates. Dizem que era um homem feio, mas, quando falava, exercia estranho fascínio. Podemos atribuir a Sócrates duas maneiras de se chegar ao conhecimento. Essas duas maneiras são denominadas de:
a) Doxa e ironia.     b) Ironia e maiêutica.     c) Maiêutica e doxa.     d) Maiêutica e episteme.


(UFU 2010) Em um importante trecho da sua obra Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos seguintes termos:
Sócrates ocupava-se de questões éticas e não da natureza em sua totalidade, mas buscava o universal no âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a fixar a atenção nas definições.
Aristóteles. Metafísica, A6, 987b 1-3. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002.
Com base na filosofia de Sócrates e no trecho supracitado, assinale a alternativa correta.
a) O método utilizado por Sócrates consistia em um exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu interlocutor do erro e do preconceito − com o prévio reconhecimento da própria ignorância −, e levá-lo a formular conceitos de validade universal (definições).
b) Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza. Para ele, a investigação filosófica é a busca pela “Arché”, pelo princípio supremo do Cosmos. Por isso, o método socrático era idêntico aos utilizados pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos).
c) O método socrático era empregado simplesmente para ridicularizar os homens, colocando-os diante da própria ignorância. Para Sócrates, conceitos universais são inatingíveis para o homem; por isso, para ele, as definições são sempre relativas e subjetivas, algo que ele confirmou com a máxima “o Homem é a medida de todas as coisas”.
d) Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por meio da investigação filosófica. Para ele, isso implica não buscar “o que é”, mas aperfeiçoar “o que parece ser”. Por isso, diz o filósofo, o fundamento da vida moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o que é o bem para o indivíduo num dado momento de sua existência.


(UNIOESTE 2010) O Oráculo de Delfos teria declarado que Sócrates (470-399 a.C.) era o mais sábio dos homens. Essa profecia marcou decisivamente a concepção socrática de Filosofia, pois sua verdade não era óbvia: “Logo ele, sem qualquer especialização, ele que estava ciente de sua ignorância? Logo ele, numa cidade [Atenas] repleta de artistas, oradores, políticos, artesãos? Sócrates parece ter meditado bastante tempo, buscando o significado das palavras da pitonisa. Afinal concluiu que sua sabedoria só poderia ser aquela de saber que nada sabia, essa consciência da ignorância sobre as coisas que era sinal e começo da autoconsciência.” (J. A. M. Pessanha)
Sobre a filosofia de Sócrates, é incorreto afirmar que:
a) A filosofia de Sócrates consiste em buscar a verdade, aceitando as opiniões contraditórias dos homens; quanto mais importante era a posição social de um homem, mais verdadeira era sua opinião.
b) A sabedoria de Sócrates está em saber que nada sabe, enquanto os homens em geral estão impregnados de preconceitos e noções incorretas, e não se dão conta disso.
c) O reconhecimento da própria ignorância é o primeiro passo para a sabedoria, pois, assim, podemos nos livrar dos preconceitos e abrir caminho para a verdade.
d) Após muito questionar os valores e as certezas vigentes, Sócrates foi acusado de não respeitar os deuses oficiais (impiedade) e corromper a juventude; foi julgado e condenado à morte por ingestão de cicuta.
e) O caminho socrático para a sabedoria deve ser trilhado pelo próprio indivíduo, que deve por ele mesmo reconhecer seus preconceitos e opiniões, rejeitá-los e, através da razão, atingir a verdade imutável.


(PUCPR 2015) No início da primeira parte da “Apologia de Sócrates”, na qual este apresenta a sua defesa diante dos cidadãos atenienses acerca dos seus acusadores, podemos ler: “Contudo, não disseram nada de verdadeiro. Mas, entre as muitas mentiras que divulgaram, uma, acima de todas, eu admiro”. Qual alternativa a seguir se refere a tal mentira\calúnia atribuída contra Sócrates? Assinale a alternativa CORRETA.
a) “Aquela pela qual o disseram que deveis ter cuidado, pois eu não sou mais que Zeus”.
b) “Aquela pela qual disseram que deveis ter cuidado porque meus discursos são enfeitados de locução de palavras”.
c) “Aquela pela qual disseram que deves ter cuidado para não serdes enganados por mim, como homem hábil no falar”.
d) “Aquela pela qual tacharam-me de débil mental”.
e) “Aquela pela qual disseram que deveis ter cuidado porque sereis atrapalhados pela minha inaptidão no falar”.


(PUCPR - X) É bem provável que o médico tenha que utilizá-lo para vencer a resistência do paciente durante o inquérito e apressar o diagnóstico. Trata-se de um método no qual se chega à verdade pela exploração dos erros e contradições do interrogado. É, em última análise, O MÉTODO SOCRÁTICO, adotado nos diálogos de Platão.
A “parturição” das verdades encerradas nos espíritos, a habilidade de interrogar usando a técnica de Sócrates, são conhecidas como:    a) hermenêutica;  b) propedêutica;    c) maiêutica;   d) prosódia;  e) eudemônica.


(UFU 2012) Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre.
Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque é supor que sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais condenável não é essa de supor saber o que não se sabe?
Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61.
Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia, a verdade, para além da mera aparência do saber.
b) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência das contradições que traz consigo.
c) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se evitar a ignorância a todo custo, ainda que defendendo uma opinião não devidamente examinada.
d) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante da própria ignorância, admite que nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o sábio, segundo a concepção socrática.


(UNICENTRO 2012) Sobre o pensamento socrático, analise as afirmativas e marque com V, as verdadeiras e com F, as falsas.
( ) Sócrates é autor da obra Ética a Nicômaco.
( ) O pensamento socrático está escrito em hebraico.
( ) A ironia e a maiêutica são as bases de sua filosofia.
( ) Sócrates não criticou o saber dogmático, sendo, por isso, conselheiro dos governantes de Atenas.
( ) Os diálogos platônicos são importantes textos filosóficos que relatam, na maioria, o pensamento de Sócrates.
A partir da análise dessas afirmativas, a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a:
a) F V F V V       b) V F V V F       c) F F V F        d) V F F F V        e) F V V V F


(PUCPR 2013) Leia a estrofe do texto a seguir e, em seguida, assinale a alternativa que corresponde ao verdadeiro sentido das acusações contra Sócrates.
“O que vós, cidadãos atenienses, haveis sentido com o manejo dos meus acusadores, não sei; o certo é que eu, devido a eles, quase me esquecia de mim mesmo, tão persuasivos foram. Contudo, não disseram nada de verdadeiro. Mas, entre as muitas mentiras que divulgaram, uma, acima de todas, eu admiro: aquela pela qual disseram que deveis ter cuidado para não serdes enganados por mim, como homem hábil no falar” (PLATÃO, 1987, p. 33)
a) Para Aristóteles, principal acusador de Sócrates, o problema consiste nas falácias que o filósofo ensina como conhecimento verdadeiro para os jovens de Atenas, os quais acabam por fazer de Sócrates uma espécie de ídolo em contraposição aos verdadeiros deuses.
b) De acordo com o próprio Sócrates, nesse seu texto autobiográfico, as acusações contra ele têm um caráter eleitoral, visto que seus acusadores estavam interessados nas próximas eleições, mais do que no próprio julgamento.
c) A acusação contra Sócrates é, para Platão, um problema de relacionamento afetivo entre o acusado e seus acusadores, na verdade, tratou-se de uma questão passional ligada ao amor de Alcebíades por Sócrates.
d) O principal motivo das acusações contra Sócrates diz respeito à suposta revelação feita pelo Oráculo de Delfos de que ele seria o homem mais sábio da Grécia, o que acabou causando muita inveja a Meleto, que almejava tal status de sábio.
e) Sócrates não está sendo acusado simplesmente porque não respeita o culto aos deuses ou por perverter a juventude, mas sim pelo fato de estar incomodando a aristocracia ateniense ao denunciar seus vícios baseados na ignorância e defender a busca da verdade e da virtude.


(PUCPR 2013) A obra Apologia de Sócrates, de Platão, descreve a defesa de seu mestre perante as acusações de não aceitação dos deuses reconhecidos pelo Estado, de introduzir novos cultos e de corromper a juventude.
Considerando a proposta geral da obra, É INCORRETO dizer que Sócrates:
a) Assumiu a responsabilidade dos atos aludidos pelos denunciantes, mas repudiou a atitude destes por não valorizarem a liberdade de pensamento em busca da verdade.
b) Em sua autodefesa, procurou recordar quem ele era, ou seja, realizou uma revisão sobre a questão “quem é Sócrates”.
c) Considerou inaceitável um homem livre valer-se de sofisticada retórica ou de apelos emocionais para obter sua absolvição.
d) Recomendou sua condenação à morte, uma vez que considerava mais digno uma morte na verdade que uma vida na mentira.
e) Tinha a preocupação de refutar qualquer perspectiva religiosa, uma vez que suas críticas levavam ao ateísmo.


(UFU 2013) Marque a alternativa que expressa corretamente o pensamento de Sócrates.
a) Sócrates estabelece uma ligação muito estreita entre o conhecimento da virtude e a ação humana, a ponto de sustentar que aquele que conhece o que é o correto não pode agir erroneamente, visto que o erro de conduta é fruto da ignorância sobre a verdade.
b) O fim último do método dialético socrático era a refutação do seu interlocutor. Assim sendo, é legítimo afirmar que o reconhecimento da própria ignorância equivale à constatação de que a verdade é relativa a cada indivíduo.
c) Sócrates é considerado um divisor de águas na Filosofia graças a sua teoria ética sobre a imobilidade do Ser. Por isso, sua missão sempre foi a investigação de um fundamento absoluto da moral.
d) Sócrates fazia uso de um método refutativo de investigação, o que significa que seu principal intento era levar o interlocutor à contradição, independentemente se o último estivesse ou não com a razão.


(UEA 2013) O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de recorrer para definir o que é um sofista.
   Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa longa exposição ou empregar o método interrogativo?
   Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.)
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar:
a) A maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos.
b) A dialética, que une numa síntese final as teses dos contendores.
c) O empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos.
d) O apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus.
e) O dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano.


(UNICAMP 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância.
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois:
a) Aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos.
b) É um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) A dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos.
d) É uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas.


(PUCPR 2014) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensamento filosófico de Sócrates.
I. O texto Apologia de Sócrates, cujo autor é Platão, apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações dos atenienses, especialmente, os sofistas, entre os quais está Meleto.
II. Sócrates dispensa a ironia como método para refutar as acusações e calúnias sofridas no processo de seu julgamento.
III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a de “corromper a juventude”.
IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e terrenas, a não acreditar nos deuses e a tornar mais forte a razão mais débil.
V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e resolutos e, em grande número, falam de forma persuasiva e persistente contra ele.
Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas CORRETAS.
a) II, IV e V.       b) I, III e IV.      c) I, III e V.       d) II, III e V.        e) I, II e III.

(PUCPR 2016) “Ora, dessa investigação, cidadãos atenienses, me vieram muitas inimizades e tão odiosas e graves que delas se derivaram outras tantas calúnias e me foi atribuída a qualidade de sábio; pois que, a cada instante, os presentes acreditam que eu seja sábio naquilo em que refuto os outros. Do contrário, ó cidadãos, o Deus é que poderia ser sábio de verdade, ao dizer, no Oráculo, que a sabedoria humana é de pouco ou nenhum preço; e parece que não tenha querido dizer isso de Sócrates, mas que se tenha servido do meu nome, tomando-me, por exemplo, como se dissesse: Aqueles dentre vós, ó homens, são sapientíssimos os que, como Sócrates, tenham reconhecido que em realidade não tem nenhum mérito quanto à sabedoria.” PLATÃO. Apologia de Sócrates. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
No trecho extraído da obra “Apologia de Sócrates”, o personagem Sócrates está discursando sobre a concepção de sabedoria e sua relevância. Diante do trecho e das ideias contidas na obra, assinale a alternativa que melhor resume qual a importância que Sócrates dava à sabedoria.
a) Sócrates coloca a sabedoria acima de tudo, exceto das honras e glórias oriundas das riquezas conquistadas com esmero e astúcia, pois estas seriam frutos da própria sabedoria do homem.
b) A sabedoria para Sócrates tinha origem na própria natureza humana, por isso, segundo ele, alguns nasceram para sabedoria e outros para a ignorância. Deste modo, ele afirmou que os homens mais simples devem sempre acatar de bom grado as ideias dos mais sábios.
c) Para Sócrates, a vida com sabedoria é digna de ser vivida. Uma vida sem exame, não valeria a pena ser vivida.
d) De acordo com o texto, o homem sábio para Sócrates é semelhante a Deus, sendo a sabedoria, o poder divino que Deus dá de presente a alguns homens escolhidos por Ele.
e) A sabedoria para Sócrates é a principal virtude humana, sendo inferior apenas às honras e glórias naturais dos cargos públicos e políticos.


(PUCPR 2016) Leia atentamente o fragmento a seguir:
“Um de vós poderia intervir: "Afinal, Sócrates, qual é a tua ocupação? Donde procedem as calúnias a teu respeito? Naturalmente, se não tivesses uma ocupação muito fora do comum, não haveria esse falatório, a menos que praticasses alguma extravagância. Dize-nos, pois, qual é ela, para que não façamos nós um juízo precipitado. (20d) "Teria razão quem assim falasse; tentarei explicar-vos a procedência dessa reputação caluniosa. Ouvi, pois. Alguns de vós achareis, talvez, que estou gracejando, mas não tenhais dúvida: eu vos contarei toda a verdade. Pois eu, Atenienses, devo essa reputação exclusivamente a uma ciência. Qual vem a ser a ciência?”.
PLATÃO. A Apologia de Sócrates. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
A este respeito, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A tese defendida por Sócrates às suas acusações é a de que nada mais fazia do que filosofar.
b) Sócrates, em seu discurso, não permanece fiel às suas convicções e admite renunciar ao que ensinou para livrar-se da condenação.
c) Sócrates permanece fiel às suas acusações, afirmando que o objeto de sua pesquisa é a “ciência humana”.
d) Os argumentos de Sócrates são recheados de ironia, servindo-se dessa como forma de “contra-argumentação”.
e) A defesa de Sócrates é uma obra estruturada em forma de diálogo. Inicia-se com a acusação feita por Meleto, acompanhado de Ânito e Lícon.


(PUCRJ – X) Na terceira parte da Apologia de Sócrates há a seguinte afirmação: "é possível que tenhais acreditado, ó cidadãos, que eu tenha sido condenado por pobreza de raciocínios, com os quais eu poderia vos persuadir, se eu tivesse acreditado que era preciso dizer e fazer tudo para evitar a condenação. Mas não é assim. Caí por falta, não de raciocínios, mas de audácia e imprudência, e não por querer dizer-vos coisas tais que vos teriam sido gratíssimas de ouvir, choramingando, lamentando e fazendo e dizendo muitas outras coisas indignas, as quais, é certo, estais habituados a ouvir de outros". Considerando esta passagem, já sendo a transcrição de suas últimas palavras, é possível afirmar que Sócrates:
a) Lamenta sua fraqueza argumentativa perante a quantidade de pessoas que o condenou.
b) Ressalta a preocupação de seu discurso com a verdade e não com elegante retórica, como os pretensos "sábios" o faziam.
c) Reconhece sua dificuldade de elaborar um discurso persuasivo, mesmo com todo seu esforço para isso.
d) Desculpa-se por decepcionar tantos admiradores e os aconselha a não empregar seus recursos argumentativos.
e) Conclui que sua derrota decorreu de seu discurso audacioso e imprudente.


(UEL) Sócrates inaugura o período clássico da filosofia grega, também chamado de período antropológico. O problema do conhecimento passou a ser uma problemática central na filosofia socrática, pois "a briga" de Sócrates com os sofistas tinha por objetivo resgatar o amor pela sabedoria e a valorização pela busca da verdade. Nesse contexto, Sócrates inaugura seu método que se fundamenta em dois princípios básicos, que são:
a) A indução e dedução das verdades lógicas;
b) A doxa e o lógos convergindo para o conceito racional.
c) A ironia e a Maiêutica enquanto caminhos para conhecer a verdade através do autoconhecimento (conhecer-te a ti mesmo).
d) O diálogo e a dúvida dialética.
e) A amizade e a justiça social.


Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins na obra "Filosofando: introdução à Filosofia" desenvolvem um paralelo entre Sócrates e a própria filosofia, de onde advém as seguintes conclusões possíveis, exceto:
a) A filosofia de Sócrates não ocorre em um "gabinete" e sim na praça pública, de onde se pode deduzir que a vocação da filosofia é política, pois pública.
b) Sócrates é "subversivo" porque "desnorteia", perturba a "ordem" do conhecer e do fazer e, portanto, deve morrer. A filosofia pode ser assim "morta" quando tornada discurso do poder.
c) Sócrates guia-se pelo princípio de que nada sabe e, desta perplexidade primeira, inicia a interrogação e o questionamento do que é familiar retirando o caráter dogmático que destrói a filosofia.
d) Sócrates desperta as consciências adormecidas, mas não se considera um "farol" que ilumina; o caminho novo deve ser construído pela discussão, que é intersubjetiva, e pela busca criativa das soluções em que a filosofia apresenta-se como atitude diante de situações plurais.
e) O conhecimento de Sócrates não é livresco (que provém de livros), mas sim vivo e em processo de se fazer; o conteúdo é a experiência cotidiana.


(PUCPR 2014) Na Apologia de Sócrates, há um momento que narra a descoberta feita pelo filósofo daquilo que seria a missão da sua vida e o motivo da sua morte. Não bastou para Sócrates ouvir dizer que o Oráculo de Delfos considerava não haver ninguém mais sábio do que ele, mas foi necessária uma espécie de pesquisa para que Sócrates entendesse a revelação do oráculo:
"Que quererá dizer o deus? Que sentido oculto pôs na resposta? Eu cá não tenho consciência de ser nem muito sábio nem pouco; que quererá ele, então, signi-
ficar declarando-me o mais sábio?” (PLATÃO, 1987, p. 37). Como exatamente Sócrates compreendeu o sentido da revelação de sua mais alta sabedoria e em que ela consiste?
a) Sócrates vai até o Oráculo de Delfos para escutar por si mesmo a mensagem de sua sabedoria. Diante do Oráculo, o filósofo escuta a verdade da qual ele não poderia mais fugir, a de que ele era o homem mais sábio entre os sábios; foi então que ele descobriu que a sabedoria não consiste em receber honras, mas em merecê-las.
b) O filósofo, desconfiado da revelação do Oráculo, decidiu procurar outro Oráculo, desta vez, o maior de todos eles, considerado o mais verdadeiro. Ao chegar diante da Pítia, nome atribuído à mulher que falava como oráculo, Sócrates recolocou a pergunta sobre sua sabedoria e foi surpreendido com a negação de sua supremacia; então, o filó- sofo descobriu que a sabedoria está relacionada à detenção de certos conhecimentos e que, por isso, ele não poderia ser considerado sábio.
c) Sócrates só foi compreender a mensagem do orá- culo depois que Morfeu, o deus do sono, o despertou de seu sono dogmático e o libertou da Ma-
trix, então ele compreendeu que para ser sábio é preciso primeiro ser livre.
d) O filósofo saiu à procura de pessoas que eram consideradas sábias para evidenciar que, de fato, o oráculo deveria estar enganado; contudo, Sócrates percebeu que aqueles homens não eram sábios, principalmente porque negavam sua própria ignorância, foi então que o filósofo percebeu que a verdadeira sabedoria consiste na descoberta dos limites daquilo que sabemos e que, nesse sentido, o oráculo tinha razão em considerá-lo o mais sábio.
e) Para Sócrates, a sabedoria consiste na prática da virtude, uma vez que para ser sábio é necessário ser virtuoso. Sua descoberta ocorre na peregrinação realizada pelo filósofo após a revelação do oráculo. Ao procurar os homens mais sábios da Grécia para obter seus ensinamentos, ele foi instruído nos princípios básicos da verdadeira sabedoria.

Questões Discursivas
1) Quais acusações feitas a sócrates?
2) Como sócrates se defende das acusações?
3) Que parte do livro pode ser entendido como exemplo de método socrático?
4) Qual a idéia geral do livro sobre a acusação de sócrates?
5) Qual a ideia geral do livro sobre o papel de sócrates a filosofia e para as pessoas?
6) Qual é a atividade com a qual Sócrates se ocupava e por quê se dedicava à ela?
7) Como Sócrates se comportou após a resposta do oráculo que o colocava como homem mais sábio?
8) Como Sócrates descreve a ação dos sofistas e quais as semelhanças e diferenças se comparado ao seu modo de agir?
9) Quais eram os resultados mais comuns das interações de Sócrates, ou seus seguidores, com as pessoas?
10) “Mas agora é hora de partirmos: eu, para morrer, e vocês, para viver. Quem de nós vai para melhor, a todos é inaparente, menos ao deus”. Qual a visão socrática sobre a condenação à morte e, inclusive, sobre a morte?
11) “[...]a vida sem inspeção não vale a pena ser vivida pelo homem”. Qual o contexto em que essa frase se insere e o que ela significa?
12) Sócrates, em sua defesa, fala sobre o uso de súplicas como artifício de defesa. O que ele pensa sobre isso?
13) Como Sócrates reagiu na possibilidade de fazer uma contraproposta à sua condenação?
14) “Vocês talvez pensem, varões, que fui condenado por estar em aporia quanto àqueles tipos de discursos com que poderia tê-los convencido, depois de pensar que precisava fazer e dizer de tudo para escapar da punição. Mas falta muito mesmo!”. Nesse contexto, quais as razões Sócrates afirmou estarem levando-o à essa condenação?
15)  “Mas é o que está por vir que desejo profetizar para vocês, os que votaram contra mim, pois já estou naquele ponto em que os homens mais profetizam: quando estão prestes a morrer”. O que Sócrates profetiza em relação aos que votaram contra ele no julgamento?
16) O que Sócrates pede com relação aos seus filhos?

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